A Escola Municipal Glória Moreira, no bairro Canabrava, vai receber o “Rede pela Vida”, neste sábado (20/9). Na parte da manhã, das 7h30 às 11h (aberto ao público), a primeira parte do evento “Caminhos do cuidado”, com palestra (A importância do cuidado em Saúde Mental nas políticas públicas da rede municipal) e apresentação dos serviços disponíveis na rede.

Já na parte da tarde, das 13h às 17h, no “Instrumentalização do Cuidado”, o momento é “reservado” para os profissionais cuidadores que trabalham na Secretaria de Saúde (Sesau), na Secretaria de Desenvolvimento Social (Semdesc) e na Secretaria de Educação (Semed).

O evento faz parte do Setembro Amarelo (campanha de prevenção ao suicídio e de promoção da saúde mental) e foi organizado em conjunto pelo setor de Saúde Mental da Sesau e dos serviços de psicologia da Semed e da Semdesc.

Rede pela vida

“Neste evento, a gente vai fazer uma abordagem mais de valorização da vida”, explica a coordenadora de Saúde Mental da Sesau, psicóloga Dhianne Mota. “Os serviços que cuidam da saúde mental e, automaticamente, das demandas de suicídio não são apenas especificamente da saúde. Há uma rede. As pessoas [que apresentam vulnerabilidades] chegam também aos Cras, Creas, aos espaços sociais, nas escolas, onde há uma demanda muito grande”.

Daí a importância da palestra que será ministrada ao público, para explicar porque e como todos esses serviços (Atenção à Saúde Primária, Desenvolvimento Social e Educação) são importantes nos cuidados com a saúde mental, no acolhimento da maneira correta.

Depois da palestra, serão apresentados os serviços disponíveis no município para o conhecimento do público. Qual a função de cada um (dentro de cada secretaria) e como é feita a acolhida e o direcionamento do paciente, conforme a demanda verificada.

Conhecer o fluxo

“O acolhimento [de um paciente com transtornos] pode ser em qualquer dos serviços mencionados, mas o tratamento é realmente no setor de Saúde Mental”, ressalta Dhianne. Na estrutura da Sesau, segundo ela, há níveis e graus de tratamento.

“Se é um transtorno mental mais leve e moderado, o tratamento é ambulatorial (temos psicólogos em UBSs, tem psiquiatra na Policlínica); se é um caso de transtorno mental com gravidade maior, aí é encaminhado para o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) ou para o CAPS AD (ser for relacionado ao consumo de álcool e drogas).

Em situações de tentativa de suicídio (que envolve risco de morte), segundo a psicóloga, tem de chamar o SAMU, o Corpo de Bombeiros e direcionar o paciente para o Hospital Municipal.

“Mas o acolhimento, verificar a demanda do paciente e encaminhá-lo para o atendimento correto, isso pode ser feito por qualquer serviço (Atenção Básica de Saúde, Educação, Desenvolvimento Social)”, reforça a coordenadora de Saúde Mental, acrescentando a importância de os serviços “se conhecerem”, para efetuar o encaminhamento mais adequado.

E quando a população (o cidadão, o paciente) conhece o fluxo, facilita para que a demanda chegue ao núcleo certo, por isso a importância do evento do sábado pela manhã, aberto ao público.

“É importante a gente saber que são várias frentes que podem detectar problemas (mentais, emocionais, sociais, interpessoais que podem levar ao suicídio) e acolher o paciente. Porque são problemas que se apresentam em todos os espaços (em casa, no trabalho, na escola, na rua), em todos os contextos (individual, interpessoal, familiar, social)”.

Cuidar de quem cuida

E como fica a cabeça de quem cuida? Será que o cuidador não está precisando também ser cuidado? A resposta a esses questionamentos podem ser encontradas na segunda parte do evento de sábado. No turno da tarde.

Os servidores vão adquirir mais conhecimento sobre a importância do acolhimento e do trabalho em rede. Mas não é só isso. Haverá os momentos de cuidado em grupo. A organização conseguiu fechar parcerias com profissionais que ofertarão Práticas Integrativas Complementares em Saúde (PICS), para cuidar de quem cuida.

Quem cuida também sofre com problemas físicos, emocionais, mentais e precisa de cuidados especiais. Por isso, a organização do evento fechou parcerias para ofertar algumas atividades: trabalhar técnicas de relaxamento, de respiração, meditação, movimentos corporais, massagem para aliviar dores musculares, reduzir tensões, melhorar a circulação e promover o relaxamento mental. Enfim, cuidar do corpo, da mente e até do espírito de quem cuida.

Auriculoterapia, yoga, biodanza, massoterapia, terapias manuais, dinâmicas em grupo estão entre as atividades que serão oferecidas aos servidores.

Haverá ainda um Plantão Psicológico para “ouvir” os cuidadores, fruto de parceria com o curso de psicologia da Faculdade Facisa. Os atendimentos estarão sob coordenação de um psicólogo supervisor.

Atividades artísticas e musicais darão um toque complementar ao evento.