Técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Semdesc) estão na sede da Associação Comunitária Park Areia cadastrando (ou recadastrando) famílias que moram na região (atrás do aeroporto) e que vivem em situação de vulnerabilidade social. A atualização do cadastro, assim como alguns atendimentos socioassistenciais, ocorre nos dias 9, 10 e 11 de setembro.

De acordo com a Semdesc, a atualização do cadastro das famílias no Park Areia (38 chácaras, onde vivem aproximadamente 240 famílias) é uma preparação para implantar a política pública do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.

Trata-se de um serviço da Proteção Social Básica que visa prevenir situações de risco, fortalecer as relações familiares e comunitárias e promover a autonomia e a cidadania, com foco em grupos por faixa etária, através de atividades artísticas, culturais, de lazer e esporte.

Para desenvolver essas atividades locais, o Centro de Referência de Assistência Social (Cras Volante que está sendo reativado para atender núcleos rurais) vai contar com o apoio da Associação Unaiense de Desenvolvimento e Cidadania (Audec), organização da sociedade civil (ligada à Igreja Iceia) que já atende centenas de indivíduos vulneráveis (especialmente crianças e adolescentes de 4 a 17 anos) no Mamoeiro e bairros do entorno.

Muita demanda

A Semdesc já sabe das vulnerabilidades existentes na região do Park Areia e busca intensificar os atendimentos. Para profissionais entrevistadas (que já fazem o acompanhamento de algumas famílias e ofertam o kit de alimentos lá), o Park Areia (e adjacências) precisa do mesmo apoio socioassistencial que se verifica no Mamoeiro e região vizinha, por exemplo. Dependendo do ponto de vista, segundo as técnicas da assistência social, necessita até mais.

O Park Areia ainda não tem energia elétrica, não tem transporte público (quando precisa ir à cidade, o morador vai a pé e desembolsa no mínimo 50 reais para voltar de táxi), o médico vai uma vez por mês (atende num “consultório” improvisado na sede da associação comunitária). Mais recentemente, porém, foi contratada uma agente comunitária de saúde para atuar no local.

O Park Areia tem água (instalada pelo Saae em 2022), mas tem de beber quente. Carne, não pode comprar mais de um quilo, porque sem geladeira... A associação até possui um gerador para auxiliar em situações extraordinárias.

É com esse diagnóstico socioassistencial em mãos que a equipe do Cras vai intensificar os atendimentos no local e contar com o apoio da Audec.

Avanços

A presidente da Associação Comunitária Park Areia, Ilda Alves Teixeira, considera “um grande avanço” a chegada do Cras Volante (que está sendo reativado pela Semdesc) para a implementação de políticas públicas de desenvolvimento social e o apoio da Audec. “Para mim, é uma conquista das maiores. Esta comunidade é muito necessitada, e cada avanço faz muita diferença na vida dessas famílias que serão beneficiadas”, afirma dona Ilda.

Naquela mesma tarde, além da atualização do cadastro, as famílias receberiam o kit Verde, que os Cras distribuem para os públicos atendidos. Os kits (compostos por verduras, frutas, legumes e ovos) provêm do Banco Municipal de Alimentos, equipamento de gestão privada contratado pela PMU (via licitação), controlado e fiscalizado pela Semdesc. No Park Areia, os kits são distribuídos uma vez por semana, às terças-feiras. Beneficiam entre 34 e 38 famílias.

E a outra boa notícia é que o Park “chácaras” Areia está em fase de “regularização” imobiliária, pois ainda carece de solucionar algumas pendências. Ainda é tido como irregular. Prefeitura, Fórum e loteador estão fazendo gestões para que as “pendências” sejam resolvidas o mais rapidamente possível. E muito em breve, segundo expectativa da dona Ilda (e, claro, da comunidade), será instalada a energia elétrica. E, com ela, a esperança de novas conquistas.