Prefeitura garante almoço, diariamente, a moradores de rua

logo pmu only


Toggle Bar

portal cidadao menu

acesso informacao minibanner

Pin It

Além da questão humanitária, a Prefeitura de Unaí revela preocupação com a resistência física e orgânica das pessoas que vivem em situação de rua em tempos de pandemia. Desde dezembro, profissionais do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) saem diariamente, de segunda a sexta, por volta das 11 horas, em demanda dos 25 moradores de rua cadastrados para receber uma marmita na hora do almoço.

 

O almoço é feito por empresa contratada pela Prefeitura e traz arroz, feijão, carne, salada e um copo de suco de frutas. A distribuição é feita principalmente nos lugares onde as pessoas acharam pra viver "livremente" na cidade, especialmente na praça Sandoval Martins (em frente o PA), na boca da ponte, na pedra do urubu, saída para Paracatu, e até embaixo da ponte sobre o ribeirão Santa Rita (BR-251, saída para Brasília).

 

"O Prefeito Branquinho nos chamou a atenção para a necessidade de cuidarmos das pessoas. Com essa pandemia, o morador de rua fica vulnerável, não alimenta bem. Então entendemos que essa providência agora seria o mínimo a fazer, oferecer no mínimo uma alimentação, para dar dignidade e garantir uma maior resistência para essas pessoas aguentarem uma gripe ou outra doença qualquer", explica a secretária municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania, Cláudia de Oliveira.

 

POR QUE SÓ DE SEGUNDA A SEXTA?

 

Indagada do motivo pelo qual a Prefeitura oferece o almoço somente durante a semana, Cláudia responde que, nos fins de semana, as entidades da sociedade civil e segmentos comunitários já fazem a doação de alimentos, como o tradicional sopão. Ela salienta que durante a semana, a maior parte dos doadores voluntários estão trabalhando.

 

EFEITOS

Depois que a Prefeitura passou a oferecer o almoço aos moradores de rua, uma das consequências observadas foi que saíram das portas de bares ou restaurantes, onde abordavam comerciantes e clientes com frequência, pedindo comida. "Muita gente se queixava de que eles estavam incomodando. Foi só a Prefeitura iniciar o projeto, eles pararam de incomodar. Estavam com fome, só queriam comer", relata a secretária.

 

DIREITO A UM BANHO

 

Falta muito pouco para a Prefeitura oferecer aos moradores de rua a possibilidade de poderem tomar banho diariamente, entre 17h e 19h. A higienização também faz parte desse programa humanitário, que visa dar dignidade e resistência física e orgânica às pessoas em situação de rua.

"Eles vão ter direito a sabonete líquido, xampu, escova de dente, creme dental, toalhas. Esses produtos já chegaram. Falta apenas a instalação dos banheiros com os chuveiros", conta Cláudia de Oliveira. O banheiro é móvel e já foi projetado pela Secretaria Municipal de Obras. "Oferecer um banho diário para essas pessoas vem preocupando o prefeito Branquinho desde o primeiro mandato", revela a secretária.

 

QUEM SÃO E COMO VIVEM

 

O número de pessoas em situação de rua aumentou muito em Unaí, principalmente depois do surgimento da pandemia, no início do ano passado. Antes disso, explica Cláudia, havia apenas uns poucos "frequentadores" de rua em Unaí, gente da própria cidade que optava por ficar pelas ruas, por motivos variados.

 

Dos 20 ou 25 listados hoje no Creas, quatro ou cinco são de Unaí. Os outros vieram das mais diversas cidades, especialmente dos Estados de Goiás, Bahia e Minas Gerais. Poucos são os que voltam para suas famílias. A maioria opta por permanecer na rua.
São homens em sua maioria (80%), não querem ficar em casa de acolhida e nem voltar para suas cidades ou famílias. São pessoas com idade entre 19 e 50 e poucos anos, portanto em idade ativa para o trabalho. A maioria consome algum tipo de droga lícita ou ilícita.

 

O relato para profissionais do Creas, feito pelos próprios moradores de rua, é de que chegaram à cidade depois de ouvir na Rodoviária Interestadual de Brasília que Unaí oferece alternativa de "vida nova" e é um ótimo lugar para se viver. Os camelôs (vendedores ambulantes) também dão esse tipo de informação para eles.

 

"Oferecemos a eles a possibilidade de retornarem às suas cidades, às suas famílias. Mas eles se recusam, dizem que querem ficar em Unaí, porque aqui tem um povo bom, humano, acolhedor. Diferentemente do que encontraram em outras cidades por onde passaram e foram muito mal tratados", explica a secretária Cláudia.

 

Como são acompanhados de perto pelas equipes do Creas, os profissionais procuram orientá-los e encaminhá-los para algum tipo de trabalho ou mesmo providenciarem um retorno deles às famílias. Em alguns casos, o Creas precisa correr atrás até da documentação pessoal dos indivíduos, já que alguns perdem os documentos pelos caminhos.

 

Em certas situações, os profissionais buscam contato com os cartórios de registro da cidade onde os indivíduos nasceram. "Procuramos ajudar e encaminhar no que for preciso, para garantir dignidade a essas pessoas", arremata Cláudia de Oliveira.

 

Fotos: Semdesc

moruaa 0003


moruaa 0004

moruaa 0005

moruaa 0001

moruaa 0002

 




top