Essa certeza foi manifestada pelo prefeito José Gomes Branquinho, depois de conhecer o funcionamento do programa em Brasília. Numa visita à Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa), nessa quinta-feira (16/8), Branquinho afirmou ter encontrado o modelo ideal para ser utilizado em Unaí. O Banco de Alimentos já funciona em vários municípios do país. A determinação do prefeito é para que equipes da Secretaria do Desenvolvimento Social e da Secretaria de Agricultura organizem a implantação do programa na cidade.

O objetivo principal do banco é receber doação de alimentos, fruto de excesso de produção ou que estejam fora do padrão de comercialização, mas apropriados para o consumo humano. São legumes, verduras, frutas e outros produtos em bom estado de conservação. Às vezes, são jogados fora porque estão com uma ponta estragada, fora do peso, maior ou menor do que o aceitável pelo mercado, com uma pequena mancha na casca. Ou seja, aptos para o consumo porque mantêm sua integridade e suas características nutricionais. A iniciativa do banco combate o desperdício e ajuda a alimentar quem precisa. O desafio é articular as parcerias com doadores: supermercados, mercearias, sacolões e produtores rurais.

Depois de doado para o banco, o alimento é selecionado, examinado por nutricionista, embalado e distribuído para instituições sociais cadastradas no município. "Ontem, em Brasília, vimos a distribuição de caixas de tomate, de couve-flor, de beterraba. Tudo produto apropriado para o consumo. Não é sobra de comida", atestou o prefeito Branquinho, destacando que o Banco de Alimentos garante a qualidade dos produtos doados.

Na esteira do combate ao desperdício, supermercados, mercearias e sacolões possuem um papel central. Além dos produtos que estão fora do padrão de comercialização, podem doar também alimentos com prazo de validade próximo ao vencimento. Nesse caso, o Banco de Alimentos recolhe a doação e distribui rapidamente, para consumo imediato nas entidades sociais. Frisando sempre que, antes, passam pelo exame de nutricionistas.

A ideia do Banco de Alimentos vai se somar ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que garante a compra direta do pequeno produtor da agricultura familiar. Os produtos adquiridos por meio do PAA integram a merenda escolar e a alimentação nas entidades socioassistenciais.

Alternativa

O prefeito afirmou que o Banco de Alimentos será a alternativa oferecida pela Administração Municipal para substituir as três cozinhas comunitárias, programa resultante de parceria entre Prefeitura de Unaí e Governo Federal, que oferecia refeições a baixo custo para a população. "O objetivo das cozinhas comunitárias era cuidar da alimentação das pessoas carentes. Com o tempo, os objetivos foram deturpados, e as cozinhas perderam sua função. Aí sentimos a necessidade de cuidar dessa questão da alimentação das pessoas mais necessitadas", justificou Branquinho.

O Banco de Alimentos deve ocupar, inicialmente, a estrutura física da unidade de cozinha comunitária que funcionava no bairro Sagarana, na rua da Serra. A instalação do banco vem depois da montagem de uma equipe de trabalho e da elaboração do programa de funcionamento. "Ainda não temos a receita pronta para esse funcionamento", revelou Branquinho, ressaltando a importância da parceria do pequeno produtor e dos donos de supermercados e sacolões nessa empreitada.

"Já vimos como funciona em Brasília", disse Branquinho. "Agora, vamos implantar o Banco de Alimentos de Unaí dentro da nossa realidade, dentro das nossas condições. Vamos encontrar os parceiros adequados, achar a receita de funcionamento, puxar o cordão, e trabalhar. Isso já está determinado".

A determinação já chegou à Secretaria do Desenvolvimento Social e à Secretaria de Agricultura, que devem arregaçar as mangas, organizar a equipe, articular os parceiros e fazer a coisa funcionar efetivamente. "A bola agora está com essas secretarias", sentenciou o prefeito.