Unaí instala ecoponto para recolhimento de vidros; espaço vira referência para municípios da Amnor

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O vidro de descarte não tem valor econômico, por isso é comum encontrá-lo "jogado" por tudo quanto é canto da cidade, principalmente na sua forma de embalagem mais frequente: garrafas. "Abandonado" na natureza, cada vez em maior quantidade, o vidro pode levar alguns milhões de anos para se decompor. Por outro lado, ele se torna 100% reciclável, quando se busca a solução para fazer a logística reversa. E Unaí já deu os primeiros passos nessa direção, ao instalar o Ecoponto para recebimento de vidros. O espaço é referência de entrega para os 19 municípios que compõem a Amnor (Associação dos Municípios do Noroeste de Minas).

 

O Ecoponto já está recebendo vidros num galpão da antiga Casemg, situado na margem direita da BR-251, sentido Paracatu, antes do viaduto de acesso ao bairro Canaã. Dentro do galpão, há uma carga considerável, pronta para remoção. Nos próximos dias, o ecoponto ainda deve receber vidro de toda a região, já que nesta segunda-feira, 19/7, por volta das 10h, uma carreta bitruck (licenciada para o trabalho) estará em Unaí para levar a primeira carga, composta majoritariamente por garrafas. Para o transporte, o material deverá estar todo triturado, serviço que será feito por tratores da Prefeitura. No futuro, a ideia é instalar no local uma trituradora com esteira de triagem, para facilitar o trabalho e reduzir ao máximo o nível de impureza do vidro levado para a indústria.

 

"Isso (recolhimento de carga expressiva de vidro) é histórico em Unaí", comemora a secretária municipal de Meio Ambiente, Cátia Regina Rocha, que esteve no galpão do ecoponto, na manhã dessa terça (13/7), para receber orientações do diretor da Green Ambiental, José Maria de Siqueira Filho, sobre procedimentos prévios a serem adotados e que vão resultar na retirada do material, dia 19. A Green é a empresa responsável por recolher a carga e entregar na indústria, na cidade do Rio de Janeiro, distante mais de 1.000 quilômetros de Unaí.

 

Cátia explica que o papel inicial da Prefeitura foi buscar, juntamente com o Ministério Público e entidades parceiras, esse "local adequado" para recebimento do vidro. A solução encontrada vai facilitar a vida de quem atua na cadeia produtiva (indústria e comércio) e precisa dar destinação final para o vidro.

 

Evocando a lei, Cátia enfatiza que não é papel da Prefeitura recolher vidro e levar para o ecoponto. Segundo ela, a atribuição da Prefeitura é construir o aterro sanitário, em fase final de licenciamento, e levar para lá o lixo comum. A logística reversa do vidro (assim como de eletroeletrônicos, pneus e outras), ela ressalta, é obrigação das empresas, comércio e indústria que fazem parte da cadeia produtiva do segmento. "De acordo com a lei, a obrigação da Prefeitura é fiscalizar a atividade", observa.

 

No noroeste mineiro, Unaí passa a figurar como rota tecnológica no recolhimento de vidros e eletroeletrônicos e referência para os demais municípios. Em breve, as empresas/comércios terão de elaborar seus planos individuais de gestão de resíduos e firmar convênios para entregar "efetivamente" os materiais de logística reversa nos respectivos ecopontos (pneus, vidros, lâmpadas, eletroeletrônicos e outros) para devolução à indústria. Tudo isso previsto na Lei Federal 12.305, que instituiu a política nacional de resíduos sólidos em 2010, e cuja efetivação passa a ser cobrada pelas autoridades.

 

Unaí vem fazendo o dever de casa e concluiu recentemente seu Plano Municipal de Saneamento Básico e seu Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Três foram os eixos trabalhados no plano de gestão dos resíduos: 1) lixo comum – que a Prefeitura coleta de porta em porta; 2) coleta seletiva – recicláveis que geram valor econômico para a Areuna e a Cooperuna; 3) logística reversa – resíduos que não geram valor econômico, não podem ir para o aterro e que indústria e comércio precisam fazer a logística reversa.

 

É nesse "eixo três" que empresários/comerciantes das cadeias produtivas dos resíduos serão enquadrados, precisam ter plano individual para gestão, firmar convênio para recolhimento. Sem cumprir as metas do eixo, não haverá liberação do alvará ambiental, que a empresa terá de apresentar juntamente com o alvará de funcionamento para manter seu negócio. Mas como é tudo muito novo, haverá ampla divulgação e prazo para adequação dos segmentos envolvidos.

 

GREEN AMBIENTAL

 

Unaí e parceiros precisaram de apenas quatro meses, desde que descobriram a Green Ambiental, para colocar o Ecoponto dos Vidros em funcionamento. A Green é uma empresa especializada na compra e destinação do vidro. Sediada em Brasília, é a única empresa fora do eixo Rio – São Paulo que faz esse trabalho de recolhimento, transporte e venda do vidro à indústria.

 

Siqueira Filho revela que a Green também é a única empresa que atende o interior, ou cidades mais distantes do eixo, como municípios do entorno de Brasília, Goiás, Espírito Santo, Paraná, Maranhão, Piauí. "Mais de 400 km de distância (da indústria), ninguém quer ir. Nós vamos", assegura o diretor.

 

A Green tem um contrato de fornecimento com a Owens Illinois, a maior fabricante de embalagens de vidros do mundo, presente em 79 países, com 89 plantas industriais. "Eles garantem que vão receber todo o vidro que tiver aqui, desde que o material atenda às qualidades técnicas (menos impurezas possível) e o trabalho esteja em conformidade com medidas de compliance (lê-se cumplainhs – termo em inglês que faz referência ao cumprimento de atos, regimentos, normas e leis)", explica Siqueira Filho.

 

Mas ele adverte: "só compensa (para a Green) vir a Unaí, se for para transportar acima de 30 toneladas de vidro". Siqueira Filho revela que a empresa fez um diagnóstico prévio da região e constatou que os municípios da Amnor, juntos, produzem pelo menos 700 toneladas de vidro (de descarte) por mês. "Então, é preciso haver engajamento de todos, para garantir um volume que valha a pena buscar", complementa a secretária de Meio Ambiente.

 

A Green não recebe dinheiro público pelo vidro recolhido, segundo o diretor, mas precisa que o poder público proporcione a capacidade esperada para a solução "andar".

 

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