Projeto unaiense que transforma marmitas de isopor em bloquetes para construção civil é premiado pelo Estado

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O projeto de aproveitamento das marmitas de isopor, que seriam descartadas no aterro de lixo da cidade –  articulado e desenvolvido pela Prefeitura de Unaí em parceria com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM campus Unaí) e a Penitenciária Agostinho de Oliveira Júnior (Paoj) – foi um dos três vencedores do ano em premiação concedida pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema): composto pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Governo de Minas, Instituto Estadual de Florestas, Instituto Mineiro de Gestão das Águas e Fundação Estadual de Meio Ambiente.

 

O Comitê Executivo do Prêmio Boas Práticas Ambientais do Sisema promoveu cerimônia on-line para apresentação dos projetos vencedores na tarde dessa terça-feira (26/1). Em razão da pandemia provocada pelo novo coronavírus, a cerimônia foi feita virtualmente, com transmissão ao vivo pelo canal do Sisema no YouTube. O conteúdo ainda pode ser acessado pelo link
https://www.youtube.com/watch?v=V3h7UVS-iOo

 

O projeto unaiense, inscrito pela Secretaria de Meio Ambiente de Unaí, concorreu com outros 600 em toda Minas Gerais, na categoria "Inovação Tecnológica voltada ao Meio Ambiente" e foi selecionado em terceiro lugar.

 

O Prêmio de Boas Práticas Ambientais é uma iniciativa do Sisema MG que visa reconhecer, incentivar e divulgar as boas práticas, ações e projetos de conservação, preservação e recuperação do meio ambiente e dos recursos hídricos no Estado de Minas Gerais. É realizado anualmente, desde 2017, com temática alterada a cada edição. O edital é aberto à concorrência de projetos de iniciativas da sociedade civil e de órgãos governamentais. O reconhecimento pode resultar em apoio técnico e incentivo de investimentos para o município.

 

NASCIMENTO DO PROJETO

 

A Prefeitura de Unaí detectou um grande descarte de marmitas de isopor no aterro (de lixo) do município. Em quantidade "exorbitante", segundo a secretária Municipal de Meio Ambiente, Cátia Regina Rocha. Deduziu-se que um grande consumidor de alimentos estava descartando lá as marmitas e chegou-se ao Sistema Prisional, notadamente a Penitenciária Agostinho de Oliveira Júnior (Paoj).

 

O problema estava posto. Que fazer? "Entendemos que não podíamos continuar jogando as marmitas no aterro, porque além do problema ambiental (o isopor não degrada facilmente na natureza), geraria multa para o município", conta a secretária Cátia.

 

Enquanto não se encontrava uma solução (também não apontada pela União e nem pelo Estado), Prefeitura e Paoj decidiram lavar as marmitas de isopor e guardá-las. Assim, PMU adquiriu e cedeu para a penitenciária caixas de água e sabão próprio para a higienização diária de aproximadamente 4.000 marmitas. Tarefa feita pelos detentos.

 

"Corremos atrás de informações, pesquisamos para fazer a logística. Não conseguimos um local, no Brasil, que recebesse o isopor. Ninguém recolhia, não encontramos quem fizesse algo com isopor", revela a secretária de Meio Ambiente. "Aí chamamos a universidade federal para nos ajudar a achar uma solução", completa.

 

Como a maioria das universidades federais são centros de pesquisa, a solução veio da iniciativa de uma das professoras da UFVJM campus Unaí, Hellen Pinto Ferreira Decker, engenheira civil que desenvolvera na Universidade de Lavras (sudoeste de Minas) outro projeto de utilização de isopor na construção civil. A professora Hellen topou o desafio e propôs que o uso do isopor das marmitas virasse tema de pesquisa na UFVJM.

 

Virou. Alunos desenvolveram a pesquisa e, depois de estudos e testes de resistência do material, chegou-se a uma conclusão: o isopor das marmitas seria moído e misturado a cimento, areia e brita para produzir bloquetes. Estes seriam usados em calçamento de ruas, praças e escolas da cidade.

 

Os bloquetes são produzidos por detentos em pátio interno da Paoj. A Prefeitura ofereceu máquinas e o material necessário para o desenvolvimento da pesquisa. A Paoj ofertou a matéria-prima e a mão de obra. A UFVJM, o projeto de extensão e a pesquisa. De acordo com a professora Hellen, orientadora da pesquisa, o projeto unaiense (esse tipo de fabricação de bloquetes a partir de marmitas de isopor) é inédito em todo o país.

 

Neste momento, entretanto, a produção de bloquetes está suspensa. A pandemia retirou os alunos da sala de aula da universidade e mudou procedimentos dentro da penitenciária. As marmitas continuam sendo lavadas e armazenadas em bags. À espera do retorno da vida a alguma normalidade.

 

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