RETROSPECTIVA – SAAE 2017/2018

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O Serviço Municipal de Saneamento Básico (SAAE) capta, trata e distribui água; coleta e trata o esgoto; e drena a água da chuva. O diretor-geral do SAAE, Geraldo Oliveira, afirma que a maior preocupação da autarquia municipal hoje é com o abastecimento de água em Unaí, cujo sistema encontra-se "totalmente exaurido". Ele salienta, no entanto, que o Saae fará obras de alguns milhões de reais a partir de 2019, que vão ampliar os setores de captação, tratamento, reservatório e distribuição que deixarão a cidade pronta para os próximos 40 anos. Somente com obras para ampliação da ETA e do sistema de captação, o SAAE deverá gastar recursos próprios da ordem de aproximadamente R$ 15 milhões, dinheiro já em caixa.

 

Oliveira conta que a Estação de Tratamento de Água (ETA) de Unaí foi inaugurada em 1986, com capacidade para tratar 145 litros de água por segundo. Antes, tratava 80. Hoje, segundo ele, a ETA trata de 240 a 260 litros por segundo. Para isso, porém, os filtros dos decantadores são lavados duas vezes por dia. A alta demanda por produção está gerando um gasto diário de 1,5 milhão de litros de água apenas para lavar os filtros.

 

Para mudar essa realidade o quanto antes e evitar colapso total do sistema, a administração do SAAE contratou um especialista no assunto, com conhecimento profundo em sistema de abastecimento, a fim de buscar uma saída para o problema. "Contratamos um PhD na área, o professor Marcos Viana, da UFMG".

 

O projeto executivo para ampliar a ETA já está pronto, será mais que dobrada a capacidade de captação e tratamento de água. A produção avançará dos atuais 145 litros por segundo para 360 litros por segundo. "Essa quantidade é estimada para abastecer uma população de 180 mil habitantes. É uma projeção para solucionar os problemas de abastecimento na Unaí de hoje e dos próximos 40 anos", garante Oliveira.

 

O custo da obra da estação está estimado em R$ 9,5 milhões (recursos próprios) e deve gerar cerca de 150 empregos diretos. No início do ano, o SAAE inicia o processo de contratação da empresa responsável pela construção. Além de praticamente construir uma nova ETA ao lado da existente (vizinha ao Colina Clube), todo o equipamento estará ajustado para receber tecnologias de atualização.

 

Captação

 

Já está pronto o projeto para ampliar o sistema de captação de água bruta no rio Preto. Hoje, são captados 240 litros por segundo. Para captar os 360 litros por segundo projetados, o SAAE realizará uma obra de R$ 5 milhões. O diretor aproveita para assinalar que "o rio Preto é um manancial de ótima qualidade e, além disso, oferece alternativas em caso de falta de água, como buscá-la em pequenas usinas próximas".

 

As obras de ampliação da ETA e da captação vão resolver o problema da rede, que não tem mais vazão e pressão suficientes para atender todos os domicílios unaienses. "Está faltando água na cidade", admitiu o diretor do SAAE. De um lado, ele explica, a demanda aumentou muito com a construção de prédios e, do outro, a forte demanda resultante dos novos bairros e loteamentos, a maioria deles abastecida por poços artesianos.

 

Oliveira revelou que no último período seco, o SAAE foi obrigado a "fazer manobras de registro", ou seja, redirecionar a pressão e a vazão de água de um ponto da cidade para outro, a fim de evitar que falte água totalmente para parte da população. Com as obras de ampliação da ETA e do sistema de captação, ele garante, todos os bairros estarão interligados a uma nova rede, e o problema será solucionado.

 

O problema de abastecimento de água precisou ser resolvido dentro e fora da cidade. No distrito de Garapuava havia problema crônico de falta de água. O SAAE interveio revitalizando a captação existente e perfurou um novo poço de 10 mil litros de água. Para completar a obra, instalou um reservatório com capacidade para 100 mil litros de água na parte alta do distrito. Foram R$ 200 mil de gasto e uma obra que, segundo Oliveira, garante o abastecimento local pelos próximos 30 anos.

 

Sem água

 

O Park Chácaras Areia também precisou sofrer a intervenção do SAAE. Loteamento tido como irregular, o local era dotado de apenas um poço artesiano precário, que não atendia as necessidades de abastecimento dos moradores. A solução encontrada foi revitalizar o poço existente, reformar a rede, instalar uma bomba potente e implantar um reservatório com capacidade para 70 mil litros de água. "Resolvemos um problema social naquela localidade", disse o diretor da autarquia municipal.

 

O setor de mansões sul, loteamento próximo ao Posto HP, saída para Paracatu, também está exigindo uma solução do SAAE. Licenciado pela Prefeitura em gestões passadas, sem cumprir exigências na construção de infraestrutura, hoje os moradores cobram. Lá, segundo o diretor do SAAE, não adianta furar poços artesianos, porque não existe água no subsolo. "Há um abastecimento de água precário e emergencial, mas vamos resolver o problema", diz Oliveira.

 

Para resolver esse problema, segundo ele, terão de perfurar poço no vizinho Sagrada Família e instalar uma rede para levar água até o setor de mansões. Nessa empreitada, o SAAE contará com a ajuda do empreendimento responsável pelo loteamento à época. A obra vai beneficiar Setor de Mansões 1, 2 e algum vizinho. Nos próximos meses, garante Oliveira, "vamos solucionar definitivamente problemas de abastecimento também nesses bairros".

 

Esgoto

 

No curto prazo, os principais objetivos são concluir a obra do emissário de esgoto que sai do Mamoeiro/Santa Clara (percorrendo longo trecho até a elevatória no Politécnica) e ampliar essa estação elevatória final. Todo o esgoto da cidade cai nessa estação e é bombeada para a lagoa de decantação, atrás da serra do Taquaril.

 

A conclusão das obras do emissário vai permitir a interligação dos bairros novos na rede. Com isso, Unaí vai atingir 98% de esgoto coletado e, desse total, 100% será tratado . "Estamos bem adiantados, em patamar de primeiro mundo. Hoje, Unaí não joga esgoto bruto nos mananciais", comemora Oliveira. A média nacional é bem mais baixa: a coleta de esgoto é feita em 53% das cidades brasileiras e, desses 53%, somente 44% tratam o esgoto.

 

Antes de ser descartado, todo o esgoto produzido em Unaí passa por tratamento biológico na lagoa de decantação do SAAE, que fica atrás da serra do Taquaril. A lagoa foi inaugurada em 2001 e, segundo o diretor, tem capacidade de operação para muitos anos, ou seja, não necessita grandes intervenções. O que será feito de mais imediato é a retirada do lodo que vem se depositando no fundo da lagoa. A dragagem do lodo nunca foi feita desde a inauguração, mas essa operação ainda não preocupa, por não ter atingido a capacidade técnica exigida.

 

Drenagem pluvial

 

Geraldo Oliveira reconhece que Unaí tem problemas pontuais de inundação, pela falta de obras de drenagem da água da chuva. O bairro Cachoeira é um deles. A água que escorre do bairro vai direto para a avenida José Luiz Adjuto e para o bairro Zé Pedro. "Detectamos ponto de inundação na José Luiz Adjuto com Santa Luzia. Vamos intervir no período seco". Ele lembra de uma intervenção do SAAE no encontro da rua Antônio Brochado com o córrego Canabrava. "Foi cirúrgica. Não inunda mais".

 

Mais complicado, porém, está sendo o desbloqueio de redes pluviais (para escoamento de água da chuva) em pontos dos bairros Canabrava e Canaã. No Canabrava, grande quantidade de terra e areia, levadas pela água da chuva, solidificou-se e bloqueou a rede na rua Patos de Minas. O mesmo ocorreu na entrada do bairro Canaã, nas proximidades da Escola Maria Assunes e da quadra poliesportiva. Para desobstruir as redes com mais de um quilômetro, o SAAE contratou uma empresa de alta tecnologia. O gasto estimado é de R$ 485 mil.

 

Água pluvial x esgoto

 

A água da chuva deve ser escoada pela rede pluvial. E o esgoto pela rede própria. A água da chuva não deve ser canalizada para a rede de esgoto, alerta o diretor do SAAE. Ele explica que a rede de esgoto não é dimensionada para receber água da chuva.

 

"Quando a rede de esgoto recebe água da chuva, há uma forte sobrecarga na estação elevatória de Esgoto", adverte. Além de sobrecarregar o sistema, há um gasto excessivo de energia elétrica, e ainda uma forte sobrecarga também sobre a lagoa de decantação, alterando e comprometendo o processo biológico de tratamento do esgoto.

 

A prática irregular de jogar água de chuva na rede de esgoto prejudica não só as operações do SAAE, mas também alguns moradores. "Muitas vezes, o excesso do esgoto volta para a própria casa ou para a rua, gerando prejuízos para muita gente. Pedimos aos pedreiros e mestres de obras que não canalizem a água da chuva do telhado ou do terreiro impermeabilizado para o esgoto", pede Geraldo Oliveira, encarecidamente.

 

Como exemplo, ele lembra que o SAAE já precisou intervir nas ruas José do Patrocínio e João Pinheiro, para remediar os excessos. Na José do Patrocínio, foi construído um extravasador, para redirecionar o excesso (de água da chuva + esgoto) para o rio. Água da chuva que a própria população canaliza para a rede de esgoto. O diretor observa: "a população reclama que o esgoto está voltando, mas ela mesma provoca o problema".

 

Na rua João Pinheiro, a obra foi maior, envolvendo gastos da ordem de R$ 200 mil, para consertar os erros provocados pela própria população. O SAAE construiu um dissipador, para tirar a força da água da chuva que descia pela rua e comprometia até as casas. "O excesso de água estava formando uma erosão na rua", segundo Oliveira. A obra envolveu processos de canalização, aterramento e até construção de muro de arrimo no barranco do rio, para onde a água foi canalizada.

 


O SAAE concluiu ainda a obra de canalização da grota do Taquaril, que cortava vários bairros da cidade. Gastou R$ 220 mil para, com mão de obra própria, fazer as bocas de lobo que faltavam nas ruas (principalmente do Primavera) que convergem para o canal central.

 

No esquema de captação de água pluvial conhecido como "espinha de peixe", resolveu um problema grave de escoamento que atingiu a região em finais de 2016 e início de 2017. Por falta de escoadouros para o canal principal, a água da chuva estava escorrendo sobre o asfalto e inundando ruas mais baixas no bairro Canabrava. Outro problema remediado.

 

Manutenção e campanhas

 

Durante o ano inteiro, 24 horas por dia, o SAAE trabalha para solucionar problemas de interrupção no abastecimento de água, estouro de canos, vazamentos, novas ligações, troca de padrões, manutenção de redes, substituição de hidrômetros, entre outros muitos. Por ano, são cerca de 8.000 hidrômetros trocados. E por aí vai.

 

Entre as campanhas para estimular a economia e evitar o desperdício de água, o SAAE realiza uma gincana nas escolas da cidade, para sensibilizar crianças e adolescentes. A unidade que mais se engaja na economia de água, com a participação ativa dos alunos, recebe prêmios como computadores.

 

Para o SAAE, evitar o desperdício e utilizar a água de maneira racional é atitude vital como medida de preservação socioambiental. "O tratamento de água é um processo caro, para o SAAE, e para a sociedade", reconhece Oliveira.

 

Entre as muitas operações, ele destaca uma: a água é bombeada a pelo menos a 15 quilômetros de distância, e esse bombeamento é feito com energia elétrica. A conta com a Cemig gira em torno de R$ 400 mil por mês para o SAAE. E ainda tem todo o processo químico de limpeza da água, que não é barato.

 

"Por isso, água tratada não é para lavar carro, lavar passeio, jogar no quintal. Pelo alto valor de produção de água, que também não é barata para o consumidor, todos temos de evitar o desperdício", finaliza o diretor-geral do SAAE.

 

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A ETA, unidade que fica vizinha ao Colina Clube, terá sua capacidade ampliada




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