Menos enfeites. Sem casinha do Papai Noel, sem trenó. Nada de aglomerações. Tempos de pandemia. Mas muitas luzes e brilhos. Até 6 de janeiro, luzes, sons e enfeites darão o tom do clima de Natal na cidade. E é nesse clima que o prefeito José Gomes Branquinho recebeu o Papai Noel, na praça JK, na noite de quarta, 2 de dezembro. Compondo o quadro natalino, a banda municipal tocou e encantou. Tempos fora do normal, músicos distanciados.

Os enfeites do Natal brilharam, simultaneamente, na ponte Abdon Salgado, no viaduto, no trevo de saída para Brasília, na praça da Matriz, na avenida Governador Valadares, na praça do Canabrava. Brilharão também na rodoviária, na praça São Cristóvão, no Hospital Municipal, na praça do Mamoeiro, na igreja São José (Novo Horizonte) e no santuário (Divineia).

"Diferente, né? Ano atípico. Toda a decoração natalina foi planejada este ano para que as pessoas possam ver passando na rua, evitando que parem nos locais e se aglomerem", conta a secretária Luciana Navarro (Cultura e Turismo). A Sectur é responsável pelo planejamento e montagem de toda a estrutura do Natal de Unaí.

PAPAI NOEL

Não só a ornamentação natalina precisou ser "adaptada" aos tempos da pandemia. O Papai Noel também teve de quebrar uma tradição secular, que envolvia se achegar às crianças, abraçar, conversar, fazer fotos. Este ano, para seguir as regras de prevenção e precaução, e por ser do grupo de risco, terá de manter distância da criançada.

Mas nem por isso, o bom velhinho deixará de visitar os bairros e os distritos de Unaí. Noel estará em Garapuava, no dia 9; em Pedras de Marilândia, dia 10; Ruralminas, dia 11; em Palmeirinha, dia 14; e Boa Vista, dia 15. Chegará na carroceria da caminhonete, depois das 15h, acompanhando um carro de som que estará à frente tocando músicas natalinas e "mexendo" com as comunidades.

"Papai Noel distribuirá pacotinhos de balas para as crianças que encontrar pelo caminho. Lá da carroceria mesmo. Não haverá nem abraços e nem fotos. Estamos seguindo as recomendações das autoridades de saúde", afirma Luciana. Ela destaca, porém, que somente nessas comunidades a Prefeitura fará uma divulgação prévia, a fim de atrair para os distritos as crianças que moram nas roças.

Mas a chegada do bom velhinho (e a distribuição dos pacotinhos) será organizada de modo a evitar aglomerações. Os pacotinhos serão higienizados com álcool, antes de Papai Noel entregar para as crianças.

Depois de percorrer os distritos, o compromisso do Papai Noel será com os moradores da cidade. A partir do dia 15, ele percorrerá os bairros de Unaí e até alguns PSFs. A ideia é a mesma: em cima da caminhonete, entregando os pacotinhos de balas, e sem abraçar ou tirar fotos com a criançada. "Por onde passar e encontrar crianças, Papai Noel vai distribuir os pacotinhos", avisa Luciana. Assim, o velhinho deve seguir até o dia 23.

As luzes natalinas enfeitarão as noites de Unaí até 6 de janeiro, dia de Santos Reis. A partir do dia 7, começa a desmontagem. Servidores da Secretaria de Cultura e Turismo receberão as peças e embalarão com "muito cuidado". É sempre assim. Entre 80% e 90% dos enfeites serão reaproveitados para fazer o Natal do ano subsequente.

PARCERIA DA PAOJ

Luciana Navarro salienta que internos da Penitenciária Agostinho de Oliveira Júnior (Paoj) "foram essenciais e superprodutivos" na confecção de boa parte dos enfeites. Todo o material que está na ponte, ela conta, foi feito por internos da Paoj, que inclusive reaproveitaram muitas peças dos anos anteriores. As estrelas que enfeitam o viaduto (entrada para o Canaã), por exemplo, é material reaproveitado do ano passado. Eram peças que ornamentavam a avenida Governador Valadares.

"Eles fazem muitos enfeites lá dentro da Paoj", elogia a secretária. Para sair tudo dentro do que foi levantado por sua equipe da Sectur (que estuda, planeja, compra o material), uma avaliação conjunta é feita com os internos da Paoj que funcionam como importante mão de obra. "Alguns têm conhecimento de serraria, outros de marcenaria". E para essa conexão (entre os internos e os servidores da Sectur), os diretores da Paoj são extremamente importantes, já que são o ponto de interlocução.

E o resultado final, enfatiza Luciana, só é possível graças às parcerias. Ela conta que as secretarias municipais são parte desse esforço. O pessoal da Secretaria de Obras, por exemplo, leva a matéria prima e traz os enfeites da Paoj. Outras ajudam no que é solicitado. E por aí vai. "Isso mesmo. O resultado só é possível porque a engrenagem trabalha ajustadinha", assinala Luciana Navarro, que é coordenadora geral das festividades natalinas.