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É preciso falar sobre suicídio, superar o tabu e ajudar as pessoas
Sexta, 23 Mai 2025 | 11:18:50
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A orientação é da referência psiquiátrica do Centro Psicossocial, Caps de Unaí, médica Flávia Rebelo, que na terça-feira (10/9) coordenou uma roda de conversa no Hospital Municipal (HMU) sobre prevenção ao suicídio. "Alguém já conversou abertamente com algum familiar sobre o suicídio?", foi a pergunta inaugural com a qual a médica abriu a roda de conversa no auditório do HMU. Como não houve resposta afirmativa, Flávia Rebelo emendou uma segunda pergunta: "alguém aqui, em algum momento, já olhou para uma pessoa muito triste ou debilitada, e pensou 'esta pessoa está sofrendo demais'? Ou já viu alguém associar sintomas de depressão à "frescura", ou simplesmente que a pessoa esteja querendo chamar a atenção?

 

Depressão (reação natural à perda, aos desafios da vida e à baixa autoestima) não é frescura e precisa de atendimento especializado. A médica psiquiatra do Caps constata que a depressão é a patologia psiquiátrica mais associada ao suicídio e tão recorrente, hoje em dia, quanto a hipertensão. Já é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo, e a cada 45 segundos uma pessoa se suicida. São 800 mil mortes por ano causadas pelo autoextermínio.  "Precisamos prestar muita atenção e defender a pessoa que está com depressão", a médica ensina. "Quando a gente tem uma pessoa com câncer na família, a família inteira se mobiliza, para olhar quem vai acompanhar o paciente, quem vai cuidar dele, quem vai fazer a sopinha. Quando temos alguém com diabetes, a família toda ajuda, evitando comer doces na frente da pessoa. E quando o problema é a depressão, a família age como se a pessoa não precisasse ou não merecesse esse cuidado. E aí fica muito difícil para o paciente".

 

Para a médica, é preciso que os familiares ou amigos fiquem mais atentos às pessoas com depressão, cuidem delas com mais compreensão e carinho. Ela explica que há casos em que a pessoa vem arrastando uma depressão por algum tempo e não procura ajuda. Além do sofrimento, o depressivo ainda escuta os familiares tratarem o caso como "frescura". "O que a gente tem pedido é que as pessoas prestem atenção nas outras que estão próximas. Muitas vezes, a pessoa pede ajuda, mas a outra reage de forma inadequada, dizendo que 'isso é bobeira, levanta e vai trabalhar, isso é falta do que fazer, falta de serviço, um tanque de roupa resolve o problema', e sabemos que não é nada disso".

 

Na opinião de Flávia Rebelo, esse tipo de reação das pessoas próximas só aumenta a crise do doente. "A vítima está fragilizada, não vê saídas para sua dor, está gritando por ajuda. E o familiar, que deveria jogar a boia para salvar a pessoa, amarra uma pesada pedra nos pés dela e a ajuda a afundar cada vez mais". A psiquiatra disse que a depressão é mais comum entre as mulheres, porém mais grave e intensa quando atinge os homens. "Quando a depressão se agrava no homem, ele se mata, porque ele não brinca em suas tentativas de suicídio, usa métodos fortes e definitivos", afirma a médica.

 

Qual a saída?

 

A psiquiatra orienta que familiares ou amigos podem ajudar outros com sintomas de depressão, tristeza profunda, angústia, encaminhando-os para os serviços de saúde. A própria pessoa, quando se sente tomada por "esse vazio, essa tristeza profunda, muita solidão", quando não "enxerga saídas", pode ela mesma procurar ajuda especializada. Se muito solitária e tomada de um "grande vazio", pode pegar o telefone e ligar no Centro de Valorização da Vida (CVV), por exemplo, onde há voluntários treinados para ouvir indivíduos angustiados, em situação de pré-suicídio ou que precisam "desabafar". O número nacional do telefone do CVV é o 188. Mais informações também podem ser obtidas no site www.cvv.org.br 

 

Quem conhece uma pessoa depressiva, que já falou sobre se matar ou manifesta constantemente o desejo de morrer, que provoca automutilação no corpo, deve procurar uma unidade de saúde, ou particulamente o Caps, e relatar o caso. A orientação está sendo passada para os profissionais da saúde pública unaiense e para a população. Toda essa mobilização faz parte da campanha do Setembro Amarelo, que trata da conscientização sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, o movimento foi criado em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), em parceria com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria.

 

A roda de conversa no HMU faz parte de outras 15 que ocorrem durante este mês nas unidades de saúde da cidade e visam estimular as pessoas a falar sobre o suicídio, quebrar tabus e ajudar quem precisa. No sábado, 28 de setembro, a campanha será finalizada na Praça JK (da Prefeitura), com orientações, blitz educativa e consultas profissionais. 

 

CAPS Unaí

 

O Centro de Atenção Psicossocial, órgão da Prefeitura de Unaí que cuida da saúde mental, funciona na avenida Transamazônica, 395 (quarteirão abaixo do santuário, no bairro Divineia). O telefone é o 3677-2741.

 

O Caps atende pessoas com transtorno mental grave e que, por isso, já teve seu dia a dia totalmente alterado pela doença. Problemas mentais mais leves são referenciados na Policlínica.

 

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