A infestação de pernilongos na cidade de Unaí faz com que muitos pensem na solução do fumacê para o combate aos insetos. No entanto, a liberação do veículo e da pulverização de inseticida depende de autorização do Estado. E o Estado só autoriza o uso do fumacê em casos já instalados de surto ou epidemia de dengue na cidade.
E, por ora, não é o caso de Unaí, segundo observa a coordenadora de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Adriane Araújo. O Estado só libera o fumacê para o município, ela explica, quando casos de dengue fogem ao controle das autoridades sanitárias.
Adriane adverte que o inseticida pulverizado (via fumacê) causa significativo impacto ambiental (atinge humanos, animais, plantas, insetos) e possui forte potencial de intoxicação, atingindo principalmente pessoas mais sensíveis ou com doenças crônicas. Por isso, ela reitera, o Estado restringe a liberação.
Nem os 1.500 casos de dengue registrados no ano passado em Unaí foram o bastante para a liberação do fumacê. "Fumacê somente em último caso", arremata Adriane.
Escolas
Com relação à invasão de pernilongos nas escolas, a ponto de atrapalhar as aulas, Adriane orienta a direção da unidade escolar a encaminhar um ofício ao setor de Epidemiologia da Secretaria de Saúde (Rua Calixto Martins de Melo, 249, Centro – telefone 3677-5048).
Agentes de combate a endemias serão enviados ao local, para averiguar a situação e direcionar a providência mais adequada. Se houver necessidade, a escola será dedetizada.
Água parada
Para a coordenadora municipal de Epidemiologia, o mais importante (para a população) não é pensar na solução do fumacê, e sim tomar precauções para evitar o nascimento do mosquito da dengue.
O fumacê mata apenas o mosquito adulto, que esteja voando. Enquanto isso, criadouros de água parada são ambiente propício para a multiplicação de novos vetores. "Por isso, é necessário eliminar locais onde a água fique parada", adverte Adriane.
Portanto, não adianta usar o fumacê e, ao mesmo tempo, manter água parada nos quintais das residências. Enquanto o inseticida pulverizado na cidade mata mosquitos adultos e provoca outros impactos ambientais, novos exércitos de ovos e larvas vão sendo "recriados". Em sete dias, a larva se transforma em mosquito. E, semanalmente, o ciclo se renova.
Contra a infestação de mosquitos da dengue, a orientação é uma só: o mosquito não pode nascer. Para isso, contudo, a recomendação é eliminar focos de água parada. Pois este é o ambiente propício para a multiplicação do transmissor e a manutenção do ciclo.