Uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde de Unaí fará uma "varredura" na zona rural para que ninguém fique sem proteção contra a febre amarela. Todos os distritos, povoados, comunidades e fazendas serão visitados (casa por casa). A medida está sendo recomendada pelo Ministério da Saúde, após mortes de macacos na região. Dois dos macacos encontrados mortos na zona rural foram enviados para exame em Belo Horizonte. Enquanto o resultado não sai, o ministério recomendou reforçar a imunização da população que vive na área rural. A vacinação de porta em porta começou nesta quarta-feira (22/3), pela região do Landim.
Na conjuntura atual de surtos de febre amarela em algumas regiões de Minas Gerais e de Estados vizinhos, o Ministério da Saúde coloca em situação de alerta as áreas onde macacos mortos estão sendo encontrados pela população. Uma das medidas de proteção da comunidade é a busca ativa (casa em casa) e a conseqüente imunização de quem ainda não foi vacinado.
A recomendação de reforço na vacina vem logo após campanha que a Secretaria Municipal de Saúde fez na zona rural entre os dias 2 de fevereiro e 10 de março. Nesse período, 4.000 doses de vacinas foram utilizadas. Quem ainda não tomou a vacina deve ser atingido nessa "varredura", conforme determinação do ministério.
Uma equipe da Secretaria com duas vacinadoras, um motorista e um guia já estão percorrendo a zona rural de Unaí. A determinação é visitar todas as casas nos distritos, povoados e fazendas. Todas as áreas estão mapeadas. Nesta quarta (22/3), a equipe começa a operação "pente fino" pela região do Landim.
De acordo com o cronograma, depois a equipe de vacinação segue para Boa Esperança, Cachoeira 1, Frutal, Guariroba, Saco Grande, Camarinha, Palmeirinha Nova, Fazenda Palmeirinha, Grota Dágua e Sucuri 1.
O morador da zona rural que estiver na cidade também pode procurar um Posto de Saúde da Família (PSF) e tomar a vacina. Recomenda-se portar o cartão de vacinação.
Área urbana
Duas campanhas de vacinação contra a febre amarela feitas na área urbana de Unaí em menos de dez anos deixaram as autoridades sanitárias um pouco mais tranqüilas. Estima-se que cerca de 90% da população dentro da cidade esteja imunizada contra a febre amarela.
Além disso, de acordo com técnicos da Secretaria de Saúde, a vacina contra a febre amarela está – e sempre esteve – à disposição da população nos PSFs da cidade. Uma dose protege por dez anos. Duas doses imunizam por toda a vida.
Qualquer pessoa acima de nove meses de idade pode tomar a vacina.
Macacos não transmitem
Nem sempre a morte de macacos representa a manifestação de febre amarela na região. O animal pode ter morrido por outras causas, inclusive por causas naturais.
Quando deparar com algum macaco morto, o cidadão deve acionar as autoridades de saúde, que providenciarão o recolhimento do animal e o envio para exame de laboratório especializado. No Estado de Minas, a referência é a Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte.
A recomendação é evitar machucar, ou mesmo matar macacos, porque eles não transmitem a febre amarela. Eles apenas hospedam o agente infeccioso da doença.
Quem transmite a febre amarela é o mosquito do gênero Hemagogus (na área rural ou silvestre), e o mosquito Aedes aegypti (na cidade), o mesmo que transmite a dengue (o zika vírus e a febre Chicungunya). A doença é transmitida pela picada dos mosquitos.
Portanto, o macaco não transmite a febre amarela. O mosquito infectado pica o macaco para se alimentar do sangue e o contamina. Como não possui defesa contra o vírus, o macaco acaba morrendo. Por isso, a comunidade deve estar atenta, porque a morte do macaco pode ser indicativo da presença da febre amarela na região.
Em nenhuma hipótese é permitido matar macacos. Matar macacos é crime ambiental. O acusado pode pegar um ano de prisão e pagar multa que pode chegar a R$ 5 mil (por cada macaco que matar).