Começou a 7ª Conferência de Saúde: “não há saúde sem uma escuta qualificada da comunidade”

Saúde

Por: Ricardo Ribas

Data: 22/05/2025

Começou a 7ª Conferência de Saúde: “não há saúde sem uma escuta qualificada da comunidade”

A frase foi proferida pelo secretário de Saúde de Unai, José Juliano Espíndula, durante a abertura oficial da 7ª Conferência de Saúde, na noite dessa quarta-feira, 21/5, para um auditório lotado no Salão Rural do Parque de Exposições. O evento tem como fio condutor o tema “Tecnologia e humanização: o futuro da saúde” e ocorre após Unaí ter realizado pré-conferências na zona rural: Ruralminas, Garapuava, Boqueirãozinho, Brasolândia, Boa Vista, Palmeirinha, Boqueirão e zona urbana, onde as comunidades foram ouvidas e colhidas sugestões para a plenária da conferência.

A 7ªconferência é fruto de parceria entre o Conselho Municipal de Saúde (CMS) e a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). Variados segmentos da sociedade unaiense foram convidados a participar. E muitos atenderam ao chamado, conforme se viu na abertura oficial. Os vereadores Dorinha Melgaço, Evaldo da Saúde, Ivanilza Borges, Paulo César Rodrigues e Lucas Unaí Denúncia estiveram presentes.

Na mesa de autoridades, a presidente do CMS, Rejane Borges; o secretário de Saúde, José Juliano Espíndula; a presidente da Câmara Municipal, vereadora Dorinha Melgaço; a diretora da Gerência Regional de Saúde (GRS), Juliana Luiz; o promotor de Justiça, Luiz Pablo Almeida de Souza; e o tenente Evandro Guedes (da área da saúde da Polícia Militar).

O prefeito Thiago Martins estava em Brasília, onde, entre outras agendas, participaria da Marcha dos Prefeitos.

Durante pronunciamento, Rejane Borges afirmou ser um prazer ver o auditório tão lotado. “Ver que o pessoal tem ciência da importância da participação, de contribuir com os desafios e a evolução da saúde, cuja construção precisa dessa participação, que certamente deixará um legado, como tantas outras”.

Presentes lideranças comunitárias, profissionais de saúde, estudantes, prestadores de serviço em saúde, conselheiros do CMS, enfim, considerável representação da sociedade, para “ocupação” de um espaço democrático.

ESPAÇO DEMOCRÁTICO

Em sua fala, o secretário José Juliano disse que aquele era um “espaço sagrado da democracia”, no qual o diálogo entre gestores, profissionais, usuários do sistema de saúde e representantes da sociedade civil se tornam ferramentas de construção de políticas públicas mais justas, humanas e eficazes.

“Vivemos um tempo desafiador. A população cresce, as demandas se diversificam e, com isso, o nosso sistema de saúde é constantemente colocado à prova. Mas é justamente nesses momentos que a participação popular se torna ainda mais essencial”, ressaltou o secretário.

José Juliano amplificou a importância do tema: “tecnologia e humanização, o futuro da saúde nos convida a refletir sobre o equilíbrio entre o avanço técnico e o cuidado com as pessoas. A tecnologia salva vidas, amplia diagnósticos, traz precisão. Mas é o olhar humano que conforta, que acolhe, que escuta o que muitas vezes a máquina não capta”.

E pontuou alguns desafios: “o primeiro deles é conciliar a necessidade crescente da população com a capacidade de respostas do sistema. O segundo, talvez o mais sutil, é o comodismo que muitas vezes se instala diante da falsa ideia de que a saúde é apenas obrigação do Estado (poder público). Saúde é responsabilidade de todos – de poder público, sim – mas também da comunidade, das famílias, dos profissionais, e de cada um de nós”.

Segundo José Juliano, “a construção de uma saúde de qualidade não se faz com ataques (como os ocorridos em mídias sociais, por exemplo), mas com união, com trabalho em equipe”. Ele ressaltou que ninguém faz nada sozinho. “Uma rede de saúde forte exige profissionais valorizados, gestão comprometida e, sobretudo, uma sociedade consciente e participativa”, frisou.

PALESTRA

O secretário José Juliano também foi o palestrante da noite de abertura da conferência. Houve problemas de última hora com quem estava agendado para palestrar , e o secretário tomou a decisão rápida de ele mesmo fazer.

Durante a palestra, ele enfatizou (entre outras coisas) a importância de cada um no seu trabalho, da conciliação entre os propósitos corporativos com os individuais (todos devem remar o barco no mesmo sentido), da necessidade de melhorar a cultura organizacional na saúde municipal (com disciplina, organização e método), da abertura da mente para adequação aos novos tempos e do uso das tecnologias a favor.

A palestra foi o último ato da noite de abertura. A conferência continua durante toda esta quinta-feira (23/5), com palestra, formação dos grupos de trabalho (para sugestão de propostas) e plenária final para votação das propostas. As aprovadas pela plenária farão parte do Plano Municipal de Saúde que norteará as ações da Administração Municipal nos próximos quatro anos. Algumas dessas propostas podem seguir para a plenária regional de saúde.