Em repúdio a uma ação de invasão de terrenos públicos do município nos bairros Mamoeiro e Santa Clara, o prefeito José Gomes Branquinho afirmou que a Prefeitura não possui programas para venda e doação de lotes. Segundo ele, no programa oficial de seu governo voltado para a habitação de interesse social, esses terrenos serão destinados à construção de casas populares para a parte da população mais necessitada. "No nosso programa, vamos entregar as casas construídas, prontas, e não doar ou vender lotes", frisou o prefeito.
Um grupo invadiu os terrenos da Prefeitura e espalhou pela cidade o boato de que o prefeito estaria doando os lotes. Segundo informações, quem "orientava" as pessoas portava mapas e cobrava pequenas taxas para a feitura de cadastro de interessados em obter os lotes. Era um "programa de invasão organizada", conforme entendimento da administração.
A Prefeitura, porém reagiu, os invasores foram notificados por fiscais municipais, e a Polícia Militar abriu um Boletim de Ocorrência (BO). O caso será investigado e, segundo o prefeito, poderá chegar ao Poder Judiciário.
Invasores perderão o benefício
Diante do ocorrido, o prefeito antecipou que todas as pessoas cadastradas nesse "programa de invasões" estarão fora dos cadastros oficiais, ou seja, serão excluídas do programa da habitação oficial do governo municipal.
Quanto à invasão, Branquinho foi duro: "Não vamos permitir que um metro sequer de terreno da Prefeitura seja invadido por qualquer pessoa. Não compactuamos, não autorizamos, não aceitamos. E vamos às últimas vias para não deixar isso ocorrer. É obrigação minha cuidar do bem público, e eu vou cuidar", desabafou.
Para entender o caso
Há cerca de dez anos, o município comprou os diversos terrenos nos bairros Mamoeiro e Santa Clara, com a destinação clara de construir casas para quem precisa, ou seja, para habitação de interesse social.
Na época, foram construídas 350 casas, e resta espaço para construir outras mil.
Para as novas construções, a Administração Municipal está buscando parcerias na Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab) e no Programa Minha Casa, Minha Vida (do Governo Federal).
"Já estamos trabalhando nisso. Construir casas, cuja prestação gire em torno de 100 reais", explica Branquinho, acrescentando que a pretensão é atender realmente o público que não dá conta de pagar mais do que isso para ter sua casa própria.
"Nessa modalidade (com prestação de 100 reais), não foi feita nenhuma casa em Unaí ainda. As que foram construídas aqui foram todas do Minha Casa, Minha Vida, mas com prestações acima de 300 reais", disse o prefeito.