Com baixa adesão, Unaí prorroga campanha de vacinação contra pólio até fim de outubro

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A cobertura vacinal de crianças de 1 a 4 anos contra a poliomielite (pólio ou paralisia infantil) atingiu 53% do público-alvo em Unaí, durante campanha iniciada em 8 de agosto e prorrogada uma vez até o final de setembro. A meta, no entanto, seria vacinar 95% ou mais desse público. A baixa adesão (de 4.651 crianças aptas a tomarem a vacina em Unaí, somente 2.465 foram vacinadas) faz com que a campanha seja prorrogada pela segunda vez (até 31 de outubro). As 11 salas de vacinação das unidades de saúde unaienses (PSFs) continuam abertas para receber o público-alvo da campanha, tanto da vacinação contra a pólio (crianças de 1 a 4 anos), quanto da atualização do cartão de vacinas (com multivacinação) para crianças e adolescentes de até 15 anos.

Na opinião da coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Adriane Araújo, a prorrogação da campanha é sinal de que o objetivo principal não foi alcançado pelas autoridades de saúde, embora a meta possa até ser atingida nas próximas semanas.

“O objetivo de uma campanha é vacinar o maior número de indivíduos no menor período de tempo possível e, com isso, formar logo um cordão de proteção contra uma eventual entrada do vírus na cidade”, ela explica. “Se o vírus for introduzido hoje por algum ‘viajante’, pega boa parte das crianças desprotegida”.

Somente uma vacinação em massa previne a reintrodução do vírus da pólio em território nacional, visto que o Brasil recebeu certificado de eliminação da doença em 1994, mas o poliovírus está ativo em algumas regiões do mundo.

A baixa adesão verificada nas últimas campanhas vacinais põe toda uma geração em risco. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) afirmou que o Brasil corre um risco muito alto de reintrodução da poliomielite em seu território.

E a paralisia infantil pode ser mortal, se o poliovírus selvagem atacar partes do cérebro responsáveis pela respiração. A doença também pode deixar sequelas graves (como paralisia permanente em pernas – mais comum – ou braços, paralisia dos músculos da fala e da deglutição, entre outras).

Em Unaí, das cerca de 4.651 crianças aptas a receberem a dose do imunizante contra a pólio, somente 2.465 tomaram a vacina. Adesão considerada baixa pelas autoridades de saúde. E os percentuais se equivalem, tanto na cidade, quanto na área rural unaiense, proporcionalmente.

Adriane Araújo atribui essa baixa vacinação à irresponsabilidade (ou mesmo negligência ou inconsequência) de pais, mães ou responsáveis pelas crianças. Indagada sobre se os pais e mães podem estar sendo vítimas de desinformação ou contrainformação acerca da importância preventiva da vacina, ela diz não acreditar nessa hipótese.

“As pessoas estão mais do que informadas sobre a necessidade de vacinar as crianças. Não é por falta de informação que elas deixam de levar seus filhos ao posto de vacinação, é falta de interesse mesmo. A divulgação é ampla sobre a campanha: rádio, televisão, internet, jornais, mídias sociais, aplicativos de mensagens, agentes de saúde, comunidade escolar, buscas ativas nas escolas e nas famílias. Todos esses canais informando, não é possível a pessoa alegar que não sabia”, argumenta a coordenadora.

Ela lembra ainda que, como em outras campanhas, é sempre instituído um dia “D” de vacinação, para não dar pretexto àqueles que alegam não ter tempo para ir até uma unidade de saúde durante a semana, “por trabalharem em demasia ou serem muito atarefados”. Nesta campanha em questão, o dia “D” foi no sábado, 20 de agosto. O resultado de público, porém, foi abaixo do esperado.

Mesmo fora do período de campanhas, Adriane explica, as vacinas estão o ano todo disponíveis nas unidades de saúde ou PSFs. Os indivíduos, podendo, a qualquer momento procurar a imunização. “Perde-se o objetivo da campanha, mas é melhor do que não se vacinar”.

ADESÃO BAIXA TAMBÉM EM OUTRAS CAMPANHAS

A pouca adesão à campanha de vacinação contra a pólio neste ano não chega a ser novidade, segundo Adriane. Ela atesta que as campanhas contra o sarampo, contra a gripe, contra a covid e outras também revelaram baixos índices de adesão pública ao longo do ano.

Contra a gripe, por exemplo, o segmento dos idosos sempre se apresenta. Em 2022, nem eles atingiram a meta; a campanha foi estendida para outros públicos-alvo, como gestantes, crianças, professores, profissionais de saúde. “Nenhum (desses segmentos) atingiu a meta”, dispara a coordenadora.

Contra a covid, somente a 1ª e 2ª doses tiveram um resultado mais satisfatório, com adesão de 85% e mais de 70% de vacinados, respectivamente. Já na 3ª e 4ª doses, ou doses de reforço, a adesão não chegou a 20%.

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