Alunos da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves, situada no bairro Cachoeira, e assistidos da Apae Unaí começaram as atividades, nessa quarta-feira (4/12), de forma bem incomum. Iniciaram o dia plantando mudas de árvores na região da cachoeira do Rio Preto. As 160 mudas de árvores nativas do cerrado e frutíferas foram doadas pelo Viveiro Municipal, órgão da Secretaria do Meio Ambiente. A ação é parte do projeto de Amanda Martins e Isabela Veloso, alunas do 5º período do curso de biologia da Unimontes e estagiárias na Escola Tancredo Neves. Para executar o projeto, as acadêmicas contam com o apoio da Prefeitura de Unaí, do SAAE, da Usina Hidrelétrica de Queimado, da Polícia Ambiental e de professores/orientadores da Unimontes.
O projeto de preservação da região da cachoeira do Rio Preto nasceu da inquietação de Amanda Martins, frequentadora assídua do local e moradora das Chácaras Park Rio Preto, comunidade mais próxima da cachoeira. Nas visitas semanais que fazia à área, Amanda se indignava com o que via: lixo por todos os lados, restos de entulho da construção civil e abandono generalizado. Dividiu sua inquietação com a colega Isabela, que também se indignou, e resolveram tomar uma atitude. "Existia a ideia, a gente pensava, mas não sabia como pôr isso no papel", revelou Amanda.
Não se deram por vencidas. Resolveram pôr mãos à obra, procuraram ajuda. A resposta surgiu no início deste ano, ao encontrarem o professor da Unimontes Murilo Malveira, doutor em ecologia. Ele orientou as acadêmicas e ajudou a redigir o projeto. "Ele veio aqui na área e nos disse o que podia e o que não podia ser feito", contou Amanda. Esse projeto foi apresentado ao prefeito José Gomes Branquinho e a outros parceiros.
"Todo projeto ambiental que chega ao gabinete do prefeito, e ele entende que é bom para a população, ele manda abraçar a causa e cumprir (ajudar na execução)", explica a secretária municipal Cátia Regina Rocha (Meio Ambiente). De acordo com a secretária, se a comunidade anseia em plantar, cuidar, preservar, cabe à Prefeitura ser parceira. "Projetos bons, necessários e viáveis, somos parceiros", afirmou.
E, de fato, a Prefeitura vem sendo uma importante parceira na execução das ações: a Secretaria de Obras removeu do local oito caminhões caçamba de resto de material de construção civil e outros materiais descartados irregularmente no local, como sofás, fogões, pneus, entre outros que a população não deveria descartar no ambiente.
Risco de afogamento
As intervenções na região não se limitam apenas ao aspecto de preservação do ambiente. Abarcam também a proteção e segurança dos frequentadores e banhistas. "Aqui é muito frequentado. Há um grande fluxo de pessoas principalmente na época seca, com pico no mês de setembro. O risco de afogamento é grande, inclusive com mortes na cachoeira", ressaltou Amanda.
Para advertir os frequentadores (especialmente banhistas) sobre os riscos de afogamento, a Prefeitura providenciou a confecção de placas. As placas de alerta já estão sendo instaladas. A Prefeitura também vai adquirir bóias para demarcar os pontos na cachoeira onde mais ocorrem acidentes. O Corpo de Bombeiros será responsável pela demarcação.
O entorno receberá lixeiras, doadas pela Usina Hidrelétrica de Queimado, e placas que a Prefeitura já providenciou para transmitir mensagens de preservação do ambiente. Para efetivar essa preservação, no entanto, Amanda e Isabela pretendem "institucionalizar" o projeto dentro da universidade, para que outras turmas de estudantes continuem agindo e monitorando o local ao longo do tempo.
"Para garantir que as ações sejam contínuas no local e que o projeto avance para outras ações, como a educação ambiental dos ribeirinhos, dos moradores das chácaras vizinhas e dos frequentadores da cachoeira", justificaram.