SAAE conclama população: água da chuva deve ser desviada para fora da rede de esgoto

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COM A CHEGADA DAS CHUVAS, SAAE ALERTA PARA AUMENTO DE VOLUME E PRESSÃO SOBRE REDE DE ESGOTO: VAZÃO PASSA DOS 120 LITROS/SEGUNDO PARA 500 LITROS/SEGUNDO


ATENÇÃO: IMÓVEIS QUE JOGAM ÁGUA DA CHUVA NA REDE DE ESGOTO PRECISAM DESVIAR O ESCOAMENTO, QUE DEVE SER DIRECIONADO PARA A RUA OU PARA UMA REDE PLUVIAL

 

A advertência é do diretor-geral do Serviço Municipal de Saneamento Básico de Unaí (SAAE), entidade que enfrenta graves problemas de sobrecarga na rede de esgoto por ocasião das chuvas.


De acordo com Alino Coelho, uma quantidade considerável de chuvas que caem sobre a cidade normalmente provoca duas situações complicadas: um grande volume de água que chega à elevatória final do sistema de esgoto, no bairro Cachoeira, proveniente dos domicílios que jogam a água da chuva na rede geral de esgoto e o alagamento da área onde estão instaladas as bombas que ficam submersas, ocasionando a parada do sistema.
Para minimizar o impacto (no limite, é como se o sistema estivesse recebendo o esgoto de 180 mil habitantes), o SAAE tem feito obras na elevatória.


Entre as mais importantes, instalou canaletas para direcionar a água pluvial que vem das ruas e construiu muros de proteção do canal por onde passa o esgoto, visando barrar o excesso de água de chuva que entra no poço de sucção.


O SAAE adquiriu ainda cinco modernas bombas anfíbias, para substituir as antigas. Além de serem mais eficientes e econômicas (trabalham melhor e gastam menos energia elétrica), as bombas anfíbias suportam a carga de trabalho mesmo com a pressão da água e, mais importante, continuam funcionando mesmo debaixo da água.


“Vamos começar a instalar as bombas no dia 7 de novembro. O caso requer urgência”, revela o diretor Alino. Pelo menos, a medida visa impedir a interrupção do sistema, quando do transbordamento do rio e submersão das bombas. Um emissário de 600 milímetros também será instalado para suportar melhor um aumento de volume na rede.


O diretor explica com detalhes: Quando o rio transborda, passa por cima das bombas da elevatória, que não são anfíbias, ou seja, não trabalham debaixo d’agua. Molhou, o sistema para. “Precisa desmontar as bombas, trocar as peças, secar. Resultado, isso demora de três a cinco dias”.


Nesse período, ele complementa, a água começa a baixar, mas com as bombas paradas não tem como transportar o esgoto para a lagoa de decantação na ETE (atrás da serra do Taquaril). Aí o esgoto mistura com a água da chuva, do transbordo, e todo o material acaba no rio Preto.


Mas, segundo Alino, estudos demonstram que o grande volume de água que entra no sistema dilui a parte do esgoto misturado e que escoa para o rio. Mesmo em face do “baixo” impacto ambiental, ele reconhece que o problema precisa ser urgentemente resolvido. Por isso, a aquisição de novas bombas e as obras de proteção do sistema.


O excesso de água da chuva que passa pela elevatória também provoca sobrecarga na lagoa de decantação da Estação de Tratamento de Esgoto do SAAE, que funciona atrás da Serra do Taquaril.


Recentemente, o SAAE construiu uma terceira rede na lagoa para ampliar a capacidade de suportar a chegada do esgoto bruto. Havia três passagens da lagoa anaeróbica (menor) para a lagoa facultativa (maior), foram construídas mais três, a fim de aumentar a capacidade de trabalho.


O SAAE já tem pronto o projeto de construção de mais uma elevatória para a rede de esgoto e outra lagoa de decantação para a Estação de Tratamento. “Sim. Os projetos já estão prontos. Estamos buscando os recursos para as obras nos órgãos oficiais de crédito e fomento”, revela o diretor.


DE NADA ADIANTA, SE A POPULAÇÃO NÃO AJUDAR


Adquirir novos equipamentos, modernizar o sistema, ampliar a rede elevatória e a capacidade das lagoas, de nada adianta o esforço empreendido pelo SAAE, se a população continuar jogando a água da chuva na rede de esgoto.


Alino ressalta que o sistema “não comporta o volume de água da chuva que entra na rede de esgoto”, sobrecarregando a elevatória (que recebe o esgoto de toda a cidade) e a lagoa de decantação, última fase do tratamento antes de devolver o resíduo “despoluído” para o rio Preto.


“Se tiver rede pluvial, precisa desviar a água da chuva para a rede. Se não tiver, desviar para a rua, mas nunca para a rede de esgoto”, conclama o diretor, ao observar que os boletos de conta de água estão chegando aos domicílios com mensagens de solicitação.


Carros de som (propaganda volante) também têm rodado a cidade com mensagens convocando a população a agir corretamente com a água da chuva.


O SAAE se coloca à disposição para dar orientações técnicas a quem deseja regularizar a situação para direcionar água do telhado e das calhas para fora da rede de esgoto. Para quem continuar com a irregularidade, no entanto, cabe advertências e multas.


PARA ENTENDER O CASO


O SAAE coleta 95% do esgoto produzido na cidade. Todo o resíduo coletado é tratado e, na sequência, devolvido "despoluído" para o rio. O sistema, no entanto, foi projetado há mais de 20 anos para atender uma população estimada em até 80 mil habitantes.


Acontece que a cidade viveu um boom de crescimento especialmente nos últimos 15 anos, com a abertura de novos loteamentos, novos bairros e uma escalada na construção civil, com o surgimento de quantidade considerável de edifícios e novos condomínios. O sistema de esgoto ficou estrangulado.


Paralelamente ao crescimento exponencial da cidade, houve a ampliação da rede, mas não a ampliação da elevatória final de esgoto e nem da lagoa de decantação da Estação de Tratamento.


“Mesmo com todos os esforços e reformas feitas, não adiantou, porque Unaí cresceu mais rápido”, admite Alino. Ele lembra ainda que as redes foram ampliadas para a região do Santa Clara, Mamoeiro, Industrial, Água Branca e bairros do outro lado do rio Preto.


E todo o esgoto coletado (são 400 quilômetros de rede) continua indo para a mesma elevatória, que depois transporta o material até a mesma lagoa de decantação de 20 anos atrás. Ambas passaram por alguma adaptação pontual.


Segundo o diretor, a Administração Municipal e a direção do SAAE estão fazendo gestões para revolver o problema “urgentemente”.


“Estamos projetando um sistema para uma Unaí com 120 mil habitantes. E os empreendimentos que faremos daqui para a frente fazem parte dessa previsão. Mas a população precisa nos ajudar. O SAAE está pronto para dar a informação técnica necessária”, afirma Alino.


E para evitar que as pessoas continuem jogando água da chuva na rede de esgoto, o SAAE quer fazer constar um artigo no novo Plano Diretor do Município (em construção), para que novos empreendimentos já surjam adaptados à realidade do sistema.

 

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