O Palácio Rural do Parque de Exposições de Unaí foi palco, nessa terça-feira (5/12), de evento que reuniu representantes da Gerência Regional de Saúde (GRS), Amnor, Convales, Emater, Sebrae, Ima, Fetaemg, UFVJM, Vigilância Sanitária (Estadual e Municipal), produtores certificados e prefeitos de Unaí, Arinos, Bonfinópolis de Minas, Guarda-Mor e Uruana de Minas. A Feira de Inclusão Produtiva resulta do Projeto Noroeste Empreendedor. Todos os produtos expostos já receberam certificado sanitário, fruto do esforço conjunto das entidades citadas.

Nos estandes, destacavam-se rapaduras, doces variados, banana desidratada, farinha de mandioca, açúcar mascavo, iogurte, mingau de milho verde, pamonha, mandioca embalada, batata doce em pó, temperos, pães, tapiocas, hortaliças. Além de Unaí, produtores de Arinos, Bonfinópolis de Minas, Buritis, Cabeceira Grande, Paracatu e Urucuia expuseram os produtos já certificados.

Para a certificação (garantindo a procedência e sanidade dos produtos), foi decisiva especialmente a atuação do Convales (Consórcio de Saúde e Desenvolvimento dos Vales do Noroeste de Minas), por intermédio de sua equipe do Serviço de Inspeção Municipal, o SIM, composto por médicos veterinários e engenheiro de alimentos.

A certificação sanitária dos produtos, no entanto, faz parte de um projeto mais amplo (Noroeste Empreendedor). Visa promover a inclusão produtiva do agricultor familiar, por meio do trabalho em rede, para conseguir agregar valor aos produtos. Com isso, gerar ocupação e aumentar a renda do pequeno produtor rural. Para a população, a garantia do consumo de produtos de procedência confiável com validação sanitária.

O prefeito José Gomes Branquinho, em pronunciamento, comentou a importância da ajuda oficial para que o pequeno produtor certifique seus produtos. "Para atingir os resultados, o poder público precisa entrar e participar. Dar o suporte na orientação e criar a condição para o pequeno produtor colocar no mercado um produto de boa qualidade, com garantia sanitária, para fazer bem à saúde da população".

O prefeito de Unaí citou o exemplo da Capul, que já está apostando na comercialização do frango caipira. Foi exposto pela primeira vez na Feira de Inclusão Produtiva e pronto para a venda direta ao consumidor. Funciona assim: a cooperativa compra o frango direto do produtor, abate as aves num abatedouro certificado, e coloca o produto à venda (nos mercados e supermercados) com o selo de garantia. Branquinho comemora: "Está aí o modelo, a logística que beneficia o pequeno produtor. Com garantia da segurança sanitária para a população. Isso nos entusiasma. Não vamos parar por aqui, vamos continuar".

Aproveitando a deixa, o vice-presidente da Capul, João Luiz de Abreu, desafiou os produtores e lideranças presentes a impulsionar a iniciativa: "Em nome da Capul, deixo bem claro que o que vocês produzirem, a gente comercializa, tudo certificado". Ele disse que a cooperativa iniciava o trabalho com o frango caipira, mas topa o desafio de expandir os negócios. De acordo com Abreu, isso vai ajudar muitos produtores. "É tudo dentro da lei. Pode produzir e procurar a Capul", garantiu.

Para Branquinho, os parceiros do projeto Noroeste Empreendedor, com destaque para o poder público, são as "escoras" que os produtores precisam para superar a burocracia e fazer seus produtos chegarem "certificados" às feiras e prateleiras dos supermercados."Este é o primeiro de vários outros encontros. Temos um longo caminho pela frente".

Para avaliar o Noroeste Empreendedor, houve pronunciamentos dos representantes de Amnor, Convales, Superintendência da Vigilância Sanitária do Estado, Ministério Público, Embrapa, Câmara Municipal de Unaí e Sicoob.

Programação

A palestra de abertura do evento ficou por conta do diretor técnico do Sebrae, Anderson Cabido, que discorreu sobre "A importância da inclusão produtiva para o desenvolvimento territorial".

Na sequência, José Juliano Espíndula, especialista em Política e Gestão de Saúde da GRS Unaí, protagonista na elaboração do projeto Noroeste Empreendedor, apresentou os resultados do projeto.

No turno da tarde, houve palestra sobre rotulagem de produtos (Emater), produção de plantas comestíveis (UFVJM) e visita técnico-explicativa aos estandes da feira.