Índice de infestação larvária do mosquito da dengue permanece alto em toda a cidade - 04-04-2012 10:42



Dentro do programa de prevenção e combate à dengue em Unaí, a Secretaria Municipal da Saúde (Sesau) realizou um mutirão de limpeza nos bairros da cidade no mês de janeiro e reduziu o índice de infestação de larvas do Aedys aegypti, mosquito transmissor da dengue. Ainda assim, nenhum ponto da cidade atingiu o valor ideal preconizado pelo Ministério da Saúde, que é menor que 1% de infestação larvária nos domicílios verificados, e o índice continua alto.

No quadro comparativo entre os dois últimos Levantamentos de Índice Rápido para o Aedys aegypti (Lira) realizados pelas equipes da Sesau nos meses de janeiro e março – com o mutirão de limpeza no intervalo entre os dois levantamentos –, fica claro a redução de larvas: no Lira de janeiro, depois de verificados 23.825 domicílios, a média de infestação alcançada foi 5%, considerado alarmante pelos técnicos; No Lira de março, após verificado o mesmo número de domicílios, a média alcançada foi de 2,1%, índice menos da metade do Lira anterior, porém mais que o dobro do preconizado pelo ministério (1%).

“Diminuiu, mas ainda é muito preocupante”, adverte a coordenadora de Epidemiologia da Sesau, Adriane Araújo, para quem há “muita passividade e acomodação dos moradores”. Ela diz acreditar que a inação da maior parte da comunidade não é por falta de informação, que está devidamente disseminada por todos os cantos.

O supervisor de endemias, Carlos Louzada, assinala que todos os moradores têm conhecimento sobre como agir para prevenção e combate à dengue. Ele explica que agentes de combate a endemias passam de dois em dois meses em todos os domicílios unaienses e que o agente comunitário de saúde percorre os mesmos locais uma vez por mês, dando orientações especialmente sobre prevenção a doenças.

Apesar de o último mutirão de limpeza ter resultado no recolhimento de 18 mil sacos de lixo das casas unaienses, em pouco tempo a comunidade “baixa a guarda”, segundo Carlos. Ele reclama da pouca colaboração da população na limpeza das casas. “A cidade está infestada e, quando vai alertar o cidadão na casa dele, o agente ainda é mal tratado. Quem deve manter as casas limpas são os moradores. Não é função do agente limpar as casas”.

A maior quantidade de larvas do mosquito transmissor da dengue está sendo encontrada em baldes, sacolinhas de plástico, tambores, panelas deixadas debaixo de pias, latas, recipientes com água para animais e outros vasilhames menores. “A água não pode ficar parada e quando houver esvaziamento desses recipientes, é preciso que o cidadão passe bucha ou escova para não deixar ovos do mosquito agarrados às paredes dos recipientes”, ele ensina.

Casos de dengue

Um caso confirmado e 32 casos suspeitos, aguardando resultado de exames. Essa a estatística da dengue em Unaí até essa terça-feira (3/4).

O receio dos técnicos é que vírus dos tipos 3 e 4 da dengue sejam introduzidos na cidade, especialmente o tipo 4 que é mais grave e já teve casos registrados no Brasil, inclusive em Minas Gerais.

“O risco é grande, porque tem muito mosquito adulto por aí. Na epidemia de 2010, os casos da doença em Unaí já foram bastante agressivos. Foram várias internações e um número enorme de pessoas passando muito mal com a dengue”, alerta Adriane Araújo, ensinando que, ao longo do tempo, o vírus está sofrendo mutações e ficando mais resistente.

O fim do período das chuvas, segundo a coordenadora, já não é mais motivo para a população “abaixar a guarda”, pois as larvas estão resistindo até mesmo à água suja, contrariando antiga hipótese de que o ciclo vital do mosquito começaria em água limpa e parada.

“Entre oito e dez dias, o ovo já vira mosquito adulto”, Carlos alerta, pedindo a ajuda da comunidade e da sociedade civil organizada para entrar na guerra contra a dengue, que gera grande sofrimento ao doente e, em casos mais graves, pode matar o ser humano.

FOTOS: SESAU


Agentes se preparando para o mutirão de limpeza...


...que ocorreu em todos os bairros da cidade


As frentes funcionaram nos quintais e lotes vagos


Agentes entraram nos domicílios e colocaram mãos a obra






Terrenos baldios também foram limpos


Em vários pontos da cidade foram encontradas condições ideais para a
proliferação do mosquito













No total, foram recolhidos 18 mil sacos de lixo com possíveis criadouros do mosquito;
foram diversas cargas como esta




PREFEITURA MUNICIPAL DE UNAÍ
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