Hospital Municipal comemora Semana Mundial da Amamentação com treinamento de pessoal e divulgação de campanha - 12-08-2011 03:46



Para incentivar o aleitamento materno, o Hospital Municipal Doutor Joaquim Brochado (HMU) realizou treinamento sobre o tema para profissionais médicos, enfermeiras e técnicos de enfermagem, especialmente ligados à área da obstetrícia. O treinamento ocorreu no auditório do próprio hospital na segunda-feira (8 ago.), como parte das comemorações da Semana Mundial da Amamentação.

O treinamento foi ministrado pela especialista em aleitamento materno da Fundação Hospitalar do Distrito Federal (FHDF), fisioterapeuta Maria Vanina Carvalho Simões. Cerca de 30 profissionais foram capacitados em temas como técnicas de aleitamento materno; posição correta da mãe e do bebê na hora da mamada; posição da boca do bebê na “pegada” da mama, para facilitar a saída do leite e não causar dor à mãe; técnica de amamentação para bebês prematuros que não conseguem sugar o seio, entre outros assuntos.

Palestras quinzenais

 O setor de saúde do município faz, há cerca de um ano, um trabalho quinzenal de orientação às mães e de incentivo à amamentação de crianças até completarem dois anos de idade. De acordo com a diretora administrativa do Hospital Municipal, Denise de Oliveira, as mulheres são informadas ainda durante os exames de pré-natal sobre as palestras de orientação e incentivo ao aleitamento materno.

Além das palestras, uma fisioterapeuta do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) visita diariamente as mães internadas na maternidade do HMU, e uma fonoaudióloga passa três vezes por semana no local para instruir as mães sobre a importância do ato de amamentar. A especialista avalia também problemas na mama da mulher ou mesmo as dificuldades eventuais do bebê na mamada.

“A campanha de incentivo ao aleitamento materno está mais intensa no Brasil este ano, porque é preciso uma discussão pública sobre a importância da amamentação e o local onde a mãe pode amamentar o bebê”, observa a fonoaudióloga Roselaine Perassoli Verrasquim, que é uma das responsáveis pelo programa de palestras de incentivo à amamentação do Nasf Unai.

Embora o assunto pareça ser de domínio das mulheres, especialmente as gestantes, a fonoaudióloga explica que ainda é necessário quebrar mitos e superar tabus que impedem a amamentação correta. “Ainda há muita dificuldade da maioria das mulheres nesse processo. Por exemplo, muitas mães têm vergonha de amamentar a criança em público. E muita gente ainda fica chocada em ver a mãe amamentar o bebê em público. Amamentar não é vergonhoso”, ela adverte.

 Esses e outros temas considerados tabus por alguns são abordados com as mulheres nas palestras de incentivo à amamentação: amamentar não dói, o peito da mulher não cai, o leite materno não é ralo.

 Em condições normais, segundo Roselaine, toda mulher que teve filho produz leite. Aspectos psicológicos ou emocionais que impeçam a mãe de amamentar podem “secar” o leite. Por outro lado, quanto mais a criança mama, mais o organismo materno produz leite.

A amamentação é uma experiência completa, proporciona a comunicação total entre mãe e filho. Amamentar só faz bem. Essa a tônica da campanha deste ano.

Em dose dupla

 O leite materno é um alimento completo. Até os seis meses, a criança não precisa de outro alimento (chá, suco, água ou outro leite). A fonoaudióloga explica que o leite da primeira mamada é mais aquoso e serve para hidratar a criança, substituindo a água. O leite mais grosso, que vem depois, serve para nutrir. “Mas a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) aconselha as mães a amamentar a criança até os dois anos de idade. Somente a partir dos seis meses do bebê, acrescentar à alimentação água, suco, papinha, porém continuar amamentando no peito”.

 Quanto mais tempo o bebê mamar no peito, melhor para ele e a mãe. Entre outros benefícios, o ato de amamentar fortifica laços de afetividade entre a mãe e o bebê, além de proteger ambos contra doenças. O leite materno alimenta e funciona como vacina para o bebê, protegendo-o contra uma série de enfermidades. Para a mãe, amamentar ajuda na proteção contra doenças como câncer de mama e de ovário.

No ato

Um dos pontos mais importantes da palestra de incentivo à amamentação é a explicação sobre como a criança deve mamar. Segundo a fonoaudióloga, a criança deve estar com a boca bem aberta e sugar toda a aréola (parte mais escura) da mama. “Porque se a criança sugar o bico do seio (mamilo) não estará fazendo a ‘ordenha’ correta e ainda vai causar dor na mãe na hora de amamentar”, ela ressalta.

 Isso, segundo a especialista, derruba mais um mito: de que mulheres que possuem o bico do seio invertido (pra dentro) ou plano não possam amamentar. “Isso não tem nada a ver”, ela adverte , “porque o bebê deve sugar a aréola, o bico fica dentro da boca. E, por isso, o bico invertido não impede a amamentação”. Ela acrescenta que a “mamada” ajuda na formação dos dentes e da estrutura óssea da criança.

Na palestra, é ensinado às mães que mamadeiras, chucas, chupetas devem ser descartadas, porque não têm o formato adequado para a cavidade oral da criança, segundo a fonoaudióloga. “Mamar em mamadeiras pode levar à má formação óssea, causando a face caída (tipo cão buldogue) e pode provocar problemas na fala, por falta de estímulos em órgãos como língua, lábios e bochecha do bebê”.

 Dores na mama, fissura no bico do seio, ordenha correta para evitar o “empedramento” do leite também são assuntos tratados nas palestras quinzenais.

Serviço

 Denise de Oliveira, diretora do HMU, reitera que todas as mães são orientadas sobre o aleitamento materno ainda na maternidade do hospital. Se após deixar a maternidade, a mulher descobrir o aparecimento de anormalidades na mama ou o bebê apresentar dificuldades na mamada, a recomendação é procurar apoio ambulatorial no Nasf, que fica na avenida Governador Valadares, 2.356, bairro Divinéia.

 Ela destaca ainda que as mães e acompanhantes que quiserem assistir às palestras devem procurar o Nasf, para se inscrever. “É importante assistir às palestras feitas por especialistas no assunto, mesmo as mulheres que já tenham amamentado há mais tempo”.

 O telefone do Nasf para mais informações é o 3677-4586.


A fonoaudióloga Roselaine Verrasquim é uma das responsáveis pelas palestras
quinzenais sobre aleitamento materno





A diretora do HMU, Denise de Oliveira, reafirma o apoio do hospital ao parto
normal e à amamentação



Especialista em aleitamento materno no DF, Maria Vanina ministrou
treinamento especial a profissionais da saúde unaiense






PREFEITURA MUNICIPAL DE UNAÍ
www.prefeituraunai.mg.gov.br




Página Anterior