Unaí promove Conferência Regional de Economia Popular Solidária - 01-04-2010 10:14



Economia solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem. Foi com esse conceito bem focalizado que todos os municípios do noroeste de Minas enviaram representantes para o evento que ocorreu em Unaí nos dias 25 e 26 de março. O evento foi organizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania e parceiros.

 

União em torno de interesses e objetivos comuns, conjugação dos esforços e capacidades, partilha dos resultados e responsabilidade solidária foram os pilares de sustentação dos eixos em debate e compuseram o lema da conferência: “Pelo Direito de Produzir e Viver em Cooperação de Maneira Sustentável”.

 

Para o vice-prefeito, José Gomes Branquinho, organização é a palavra-chave para quem busca a alternativa da economia solidária. Ele citou a experiência unaiense das cozinhas comunitárias (Cooperativa Coomer), da Areuna (Associação Recicla Unaí) e da Tecelagem (Associação Natal Justino) como empreendimentos de economia solidária que alcançaram os resultados, por trabalharem organizados e em parceria.

 

“Busquem a organização.Vocês só vão ter a oportunidade de comercializar bem o que vocês produzirem, se se organizarem”, aconselhou aos participantes. Dirigindo-se principalmente aos produtores rurais, o vice-prefeito ressaltou que o “isolamento” ou a falta de organização podem fechar janelas de oportunidades. “Muitas vezes vocês produzem e não alcançam um preço justo na venda do produto, por causa da falta de oportunidade de vender bem”.

 

A qualidade do produto e a continuidade no fornecimento também foram itens salientados por Branquinho que sustentariam a comercialização da produção. Para exemplificar, ele mencionou as mercearias e supermercados unaienses, que acorrem a Brasília em busca da produção, em detrimento do que é produzido em Unaí. “Em Brasília, os donos de mercearias e supermercados têm certeza de encontrar o que procuram, por causa da garantia na continuidade do fornecimento”, explicou.  

 

Para obter os resultados em mira, Branquinho orientou os participantes (que atuam em vários segmentos da economia, mas principalmente produtores rurais) a procurar a Emater, as secretarias municipais de Agricultura ou mesmo os representantes da Sedese (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social). “Busquem o apoio dos órgãos competentes para auxiliá-los nessa tarefa”, o vice-prefeito aconselhou.

 

União e força

 

“É importante darmos nossa opinião, lutarmos por nossos direitos, porque sabemos as dificuldades da vida do produtor rural. O pequeno produtor trabalha de sol a sol na fazenda, mãos calejadas, aí vem o atravessador e leva todo o lucro da produção. É contra isso que temos de nos unir e formar associações e cooperativas de produção. E também agregar valor ao nosso trabalho e à nossa produção, para conseguirmos preços justos e, com isso, melhorar a nossa qualidade de vida e de nossa família”. Com essa declaração, Ivonete Pereira de Jesus, presidente da Cooperativa Coomer –responsável pelos trabalhos nas cozinhas e padarias comunitárias de Unaí– transmitiu aos participantes o espírito do que seria a Conferência de Economia Solidária.

 

E é com este espírito, segundo a secretária municipal Dorinha Melgaço (Desenvolvimento Social e Cidadania) que a conferência estimularia os grupos de economia solidária já formados e levaria à criação de outros empreendimentos. “Acredito numa economia justa, de pessoas que lutam pela seriedade e comprometimento do que é justo, honesto e construído em conjunto”, disse.

 

Para o secretário municipal de Agricultura, Alcides Ribeiro, criar uma economia solidária requer ações e políticas sociais bem aplicadas. “É preciso fazer mais para quem tem menos, e menos para quem tem mais. Porém, é preciso fazer para todos”, declarou o secretário, ao reconhecer o impulso que a administração municipal vem dando aos agricultores familiares, ao realizar sua inclusão no processo produtivo.

 

Resultados

 

Enivon Jesus da Silva, articulador do Fórum Regional de Economia Popular Solidária e da Comissão Regional de Organização da 2ª Conferência Regional de Economia Solidária, lembrou da 1ª Conferência ocorrida em 2006 e as grandes conquistas daquele evento: criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária e estruturação do Fórum Regional. “Criamos espaços de convergências de políticas públicas, ou seja, espaços de diálogos da sociedade com órgãos governamentais”, disse ele, esperançoso pelos resultados desta conferência, que seguirão para Belo Horizonte (estadual) e depois para Brasília (nacional).

 

Participaram também da abertura da Conferência o deputado estadual Almir Paraca, vereador Paulo Arara, Manoel Duque (Emater Regional), Padre Geraldo Simonides (Cáritas Diocesana) e a representante do Estado (Sedese) e do Conselho Estadual de Economia Solidária na conferência, Zilda Mara de Souza. Ela comentou os eixos que seriam discutidos e declarou abertos os trabalhos.

 

Além de palestras sobre o tema, foram discutidas e aprovadas propostas, e também eleitos os delegados que vão representar o noroeste na 2ª Conferência Estadual de Economia Solidária.

 


Organizadores e parceiros na realização da Conferência, representantes do Município,

do Estado e da sociedade civil integraram a mesa de autoridades


Vice-prefeito José Gomes Branquinho estimulou os participantes a se organizar e buscar apoios


Todos os municípios do noroeste mineiro estiveram representados na conferência regional

realizada em Unaí




PREFEITURA MUNICIPAL DE UNAÍ
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